A proporção da receita tributária média em relação
ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas, foi 19,4%
em 15 países latino-americanos em 2010. Enquanto no Brasil, o percentual passou
de 28,2%, em 1990, para 32,4%, em 2010. O percentual brasileiro ficou próximo
ao dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), de 33,8%. Na América Latina, o Brasil perdeu apenas para a
Argentina, que registrou 33,5% do PIB.
A informação consta no relatório Estatísticas Tributárias na América Latina,
elaborado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), pela
OCDE e pelo Centro Interamericano de Administrações Tributárias (Ciat). O
documento foi divulgado no dia 13 de novembro de 2012.
Na avaliação do secretário executivo do Ciat,
Márcio Ferreira Verdi, a carga tributária no país não é alta diante das
necessidades (investimentos nas áreas econômicas e sociais) do país, mas é preciso
melhorar a qualidade da tributação indireta, especialmente as regras do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“Também tem
espaço para melhorar a tributação direta, promover maior formalização e buscar
também a simplificação”, disse Verdi.
Ele acrescentou que o Brasil pode reduzir os
impostos incidentes sobre o consumo e aumentar sobre a renda. “A
tributação no Brasil hoje está de acordo com as necessidades, mas é preciso
melhorar a qualidade”, disse. Segundo Verdi, na América Latina, a tributação sobre o consumo tende a agravar a injustiça
social.
De acordo com Verdi, o nível de tributação nos
países da América Latina vem crescendo devido tanto ao aumento dos tributos
quanto pela melhora da condição econômica. Ele apontou que houve fortalecimento
das administrações tributárias, maior registro dos contribuintes, uso de
tecnologia da informação e fiscalização.
O diretor do Centro para Política e Administração
Tributária da OCDE, Pascal Saint-Amans, destacou que não é possível estabelcer
se a carga tributária de um país está em um nível bom ou rim, porque isso
depende dos objetivos e características de cada sociedade, como, por exemplo,
países que optam por menor interferência governamental. Mas lembrou que um país
precisa, no mínimo, de 17% do PIB com receita tributária para alcançar os
Objetivos do Milênio das Nações Unidas. Com isso, ter condições de investir em
infraestrutura, educação e saúde.
Conforme Verdi, existem países na América Latina
com níveis de tributação abaixo dessa meta, o que impede a “sustentabilidade
das contas públicas”. Entre esses países estão a Venezuela, com 11,4% do PIB,
Guatemala (12,3%) e República Dominicana (12,8%).
Por Kelly Oliveira, Repórter da Agência
Brasil
Extraído de: http://agenciabrasil.ebc.com.br,
em 14/11/2012
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