A
Campanha IMPOSTO JUSTO foi destaque na palestra proferida por Pedro Delarue,
Presidente do SINDIFISCO Nacional, na quarta edição do Seminário de Educação
Fiscal de Blumenau, no dia 02 de julho do corrente.
Durante a apresentação, o presidente do Sindifisco
mostrou, em números, que o sistema tributário tem sido um instrumento a favor
da concentração de renda, agravando o ônus fiscal dos mais pobres e aliviando o
das classes mais abastadas. Quanto menor é a renda da família, maior é o grau
de comprometimento com a tributação.
Por isso, a proposta do SINDIFISCO é promover uma
revisão na legislação do Imposto de Renda com o objetivo de restabelecer seu
verdadeiro significado. O Imposto de Renda precisa voltar a ser um instrumento
de justiça fiscal.
Nesse sentido, um dos principais pontos da proposta do
SINDIFISCO é corrigir a tabela do Imposto de Renda, garantindo uma correção da
defasagem em 5% ao ano até 2024, além de assegurar um reajuste anual da tabela,
a partir de 2015, com base em um índice que acompanhe a evolução da renda do
trabalhador.
Na última década, a defasagem da tabela penalizou quem
ganha menos. Atualmente, a classe trabalhadora é a mais massacrada pelo Imposto
de Renda. Em 1996 quem ganhava até nove salários e meio por mês era isento do
Imposto de Renda. Enquanto hoje, quem recebe dois salários mínimos e meio já é
alcançado pela tributação.
Para compensar as perdas de arrecadação com a correção
da tabela do IR das pessoas físicas, o SINDIFISCO propõe, em contrapartida,
restabelecer a incidência de IR sobre a distribuição de lucros e dividendos.
Contudo, será mantida a isenção para os pequenos e médios empresários,
mantendo-se a desoneração para distribuições de lucros de até R$ 60.000,00/ano.
Delarue apresentou também outros mecanismos que
permitirão mais justiça fiscal, como por exemplo, a dedução de despesas com
aluguéis e juros pagos pelo Sistema Nacional de Habitação, a correção monetária
do valor do custo de aquisição de imóveis constantes da relação de bens e
direitos e a correção do limite de despesas com educação na declaração do IR.
Por fim, Delarue lembrou ainda que a campanha inclui
também a apresentação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prevê
a tributação de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para
lanchas, iates, helicópteros e jatinhos particulares. Essa medida geraria um
incremento de arrecadação na ordem de 2,7 bilhões de reais que poderiam ser
utilizados, por exemplo, para melhorar o transporte público, que é uma das
reivindicações dos movimentos de protestos espalhados pelo Brasil.
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