quinta-feira, 27 de junho de 2013

BRASIL EFICIENTE – ASSINA BRASIL

Em palestra promovida ontem (26/06/2013) pela ACIMVI, no Park Hotel Timbó, o Coordenador Nacional do Movimento BRASIL EFICIENTE (MBE), Sr. Carlos Rodolfo Schneider, falou sobre a alta carga tributária brasileira e a ineficiência dos gastos públicos, enfatizando que o Brasil precisa recuperar sua capacidade de investimento para voltar a crescer.

O palestrante explanou também sobre os objetivos do Movimento Brasil Eficiente e convidou todos a se engajarem na campanha ASSINA BRASIL que tem como objetivo recolher 1,5 milhão de assinaturas em defesa da simplificação tributária no país. “Hoje são mais de 50 tributos. E você nem sabe mais o que está pagando” - disse Schneider.

Mas para conseguir esse número necessário de assinaturas é preciso mobilizar as pessoas. Se cada um assinar e compartilhar é possível alcançar muito mais.


Saiba mais sobre a campanha ASSINA BRASIL em:





quarta-feira, 26 de junho de 2013

Palestra BRASIL EFICIENTE

A Associação Empresarial do Médio Vale do Itajaí – ACIMVI convida para palestra sobre o MBE – MOVIMENTO BRASIL EFICIENTE, com o Empresário e Ex Presidente da ACIJ - Associação Empresarial de Joinville, Senhor, CARLOS RODOLFO SCHNEIDER.
 
 
EVENTO GRATUITO
Informações e confirmações na ACIMVI:
Fone: 3382-0424
 
 
Data da palestra: 26/06/2013
Horário: 18:30h
Local: Hotel Timbó Park
 
 
O Movimento Brasil Eficiente é uma proposta de reformulação fiscal e tributária que garanta ao país um crescimento econômico sustentável, consistente, constante e acelerado.
 
Tem por objetivo, neste momento, sensibilizar a população, a classe política e, principalmente os governantes eleitos, sobre a importância de diminuir o peso da carga tributária sobre o setor produtivo, simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária, melhorando a gestão dos recursos públicos.
 
Sem qualquer vinculação político-partidária, o movimento traça para os brasileiros um roteiro de ação capaz de conduzir o crescimento econômico e a geração de empregos à média decenal de 6% ao ano, praticamente dobrando a renda per capita da população em 2020. Isso será possível, desde que a carga tributária caia para patamares de 30% do PIB ao fim da década.
 
 
Quem pode participar
 
Todos aqueles que querem e acreditam em um Brasil Eficiente. O movimento deve ser de muitos para obter ampla legitimidade, condição fundamental, para que possa ser ouvido, considerado e, principalmente, respeitado.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Participe da Audiência Pública sobre o PPA 2014-2017


Participe da  Audiência Pública  
sobre o  Plano Plurianual PPA 2014 a 2017

 

Data: 25 de junho de 2013
Horário: 15:00h
Local: Auditório da Prefeitura de Timbó (2º piso)
Av. Getúlio Vargas, 700 - Centro - Timbó


Audiência Pública P P A 2014 - 2017

A Prefeitura de Timbó, em atendimento ao que dispõe a Lei Orgânica Municipal, em seu art. 89, inciso I; combinado com a Lei Complementar nº 101, art. 48, § único, inciso I; e com a Lei Complementar nº 131, de 2009;


C  O  N  V  I  D  A

 

toda a  comunidade timboense  a participar da  Audiência Pública  sobre o Plano Plurianual  para o exercício compreendido entre os anos de  2014 a 2017, tendo como objetivo apresentar as metas da administração direta e indireta para o aludido período.
 
Data: 25 de junho de 2013
Horário: 15:00h
Local: Auditório da Prefeitura de Timbó (2º piso)
Av. Getúlio Vargas, 700 - Centro - Timbó


O futuro se constrói agora.  P A R T I C I P E !


segunda-feira, 24 de junho de 2013

PROTESTO EM TIMBÓ

No sábado, 22 de junho, um grupo de aproximadamente 2.000 pessoal se reuniu para protestar em Timbó. Os manifestantes caminharam pela avenida Getúlio Vargas em direção à Prefeitura, fizeram o contorno na rua Sete de Setembro onde fica o Parque Central e retornaram para o ponto de onde haviam partido, próximo à Thapyoka.
 
De norte a sul do Brasil a população está indo às ruas para protestar contra a corrupção, impunidade e má utilização do dinheiro público. O movimento se iniciou contra o aumento das tarifas do transporte público, mas tomou novas proporções.
 
O povo quer respeito e dignidade e está demonstrando toda a sua insatisfação diante das carências sociais não atendidas e os protestos assumiram também bandeiras em defesa educação, saúde e melhores condições de vida.
 
Há muito tempo não se via nada parecido no Brasil. Protestos integrados acontecendo simultaneamente em várias cidades, com repercussão dentro e fora do país.

 
Para consertar nosso país, cada um precisa fazer a sua parte. Devemos nos tornar cidadãos cada vez mais conscientes, mais críticos e mais participativos. Vamos lutar por um Brasil melhor e mais justo, com a aplicação eficiente dos impostos que pagamos e sem corrupção.
 
 
 



 




 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Há um novo Brasil surgindo...

Os protestos espalhados por todo o país demonstram a insatisfação geral da nação. 
Finalmente depois de tanta corrupção, impunidade e má utilização do dinheiro público, descaso com saúde e educação, O BRASIL ACORDOU.

A tarifa de ônibus e os gastos excessivos com a Copa do Mundo foram o estopim. Mas o povo nas ruas está dizendo muito mais, principalmente, que não aceita mais tanta corrupção.

Vamos nos unir e construir um país melhor e mais justo.

Todos contra a CORRUPÇÃO.

Há um novo Brasil surgindo...



Movimento contra a CORRUPÇÃO

Devemos nos tornar cidadãos cada vez mais conscientes, mais críticos e mais participativos. Para consertar nosso país, cada um precisa fazer a sua parte.



terça-feira, 18 de junho de 2013

VOTO CONSCIENTE

O combate à corrupção começa com o VOTO CONSCIENTE...

Vote com Responsabilidade!


Acesse e Curta no Facebook: Movimento Contra Corrupção

www.facebook.com/MovimentoContraCorrupcao


Lute por um Brasil melhor!

Todos contra a corrupção!

Vamos lutar por um Brasil melhor!

Acesse e Curta no Facebook: Movimento Contra Corrupção
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segunda-feira, 17 de junho de 2013

O Brasil está acordando

O povo brasileiro não agüenta mais tanta corrupção e falta de respeito. 

Será que as manifestações contra o aumento das passagens de ônibus e os gastos absurdos com a Copa servirão de estopim para protestos maiores?

Leia abaixo o texto "O despertar de uma geração", postado na página do facebook do movimento "Quero o Fim da Corrupção”. Veja mais em:





O despertar de uma geração

Vivemos num país que desde o início de sua história apresenta casos de corrupção, como ocorreu ao final da passagem da família real portuguesa no Brasil onde os cofres do Banco do Brasil foram esvaziados por D. João VI quando voltou pra Portugal. Atitude muito semelhante às corrupções que acontecem atualmente. 

Mas a corrupção dos políticos também tem uma origem, pois afinal os nossos representantes são o reflexo da nossa sociedade, então se temos políticos corruptos é porque são frutos de uma sociedade corrupta. Para definir o quão corrupta nossa sociedade é, basta analisarmos as pequenas atitudes, como as que vemos pessoas tentarem levar vantagens de forma desonesta, não seriam corruptos esses indivíduos? Para exigirmos mudança, precisamos mudar!

Com o passar dos anos esses governantes aprenderam a enganar a população, usando uma política muito antiga surgida em Roma conhecida como política do “Pão e Circo”, maneira que os líderes romanos agiam com a população para conquistar seu apoio, fazendo com que a população não tivesse qualquer interesse em assuntos políticos e só se preocupasse em comer e se divertir. 

Seria isso mera coincidência com o que estamos vivendo no Brasil ?

O que seria o “Pão” aqui no Brasil? Existem programas do governo para alimentação da população é o caso da distribuição de cestas básicas e outros programas que ajudam na renda mensal da população carente, tudo isso para a população achar que está tudo bem, quando na verdade está acontecendo um superfaturamento em cima desses programas, e o dinheiro faturado com esse superfaturamento abastece o bolso desses governantes.

E o “Circo”? O “Circo”, é o entretenimento para a população, é a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, o nosso Brasileirão. Prova disso são os assuntos comentados entre as pessoas no dia-a-dia em que grande parte delas falam sobre o seu time ou sobre o jogo do dia anterior, da nova contratação do time, questionam até a diretoria do clube que torcem, mas não conseguem olhar e questionar o que está acontecendo com o dinheiro que pagam de impostos ao governo. 

Mas, parece que finalmente acordamos e estamos buscando nossos direitos, pois esses senhores e senhoras que estão à frente do nosso país nos devem satisfações do que eles fazem com o que é nosso, e se não estão nos representando bem é nosso dever tirá-los de lá assim como os colocamos.É muito bom acompanhar todas essas manifestações e saber que a população está vendo que o poder é do povo e são os governantes que devem temer o povo, não o contrário.

E a história dos 20 centavos, não foi por causa dos 20 centavos, pois realmente não foram os 20 centavos que fizeram com que todas essas pessoas saíssem de suas casas e se manifestassem nas ruas. O aumento da passagem foi apenas o estopim de uma série de coisas que vem acontecendo em nosso país e o protesto contra a preço da passagem é apenas o começo, pois temos que lutar por causas maiores ainda em nosso país como a Educação e a saúde pública. 

O mundo parou para ouvir outras nações, agora é a vez dele parar novamente para nos ouvir!

texto de João Pedro Antunes Rocha

Adm Giuseppe





quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para refletir sobre a importância das Políticas Sociais

Para reflexão...


Frase de José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como PEPE MUJICA, agricultor e político uruguaio, ATUAL PRESIDENTE DO URUGUAI, eleito em 29 de novembro de 2009.


BOLSA-FAMÍLIA: efeitos e resultados

Fala-se muito do assistencialismo do governo federal e da adoção de medidas de combate à fome e à pobreza. Esmolas, financiamento político ou transferência de renda para a classe mais pobre?

O Programa Bolsa Família, por exemplo, é elogiado por organismos no mundo todo mas, por outro lado, é também alvo de muitas críticas. Muitas pessoas consideram o programa eleitoreiro e o rotulam como “assistencialista”, uma vez que não se preocupa em proporcionar às famílias uma base para que possam buscar seu sustento através do próprio esforço e trabalho. 




No entanto, em que pesem as opiniões contrárias, o programa tem resultados positivos país afora. E estes resultados são comentados pela socióloga Walquiria Leão Rego, que escreveu o livro "Vozes do Bolsa Família – Autonomia, Dinheiro e Cidadania".

Reproduzimos abaixo alguns trechos da entrevista concedida pela autora para a Folha de São Paulo, veiculada no site da folha on line (www.folha.uol.com.br), em 12/06/2013.

Dentre outros aspectos, a socióloga destaca que o Brasil é um país com muitas desigualdades sociais e pessoas vivendo em condições muito desfavoráveis, por isso é necessário que haja uma política de Estado que oportunize o direito à renda básica a fim de que as pessoas possam viver com um mínimo de dignidade. A socióloga pondera ainda que a elite brasileira é um tanto cruel e indiferente aos problemas dessa parcela tão frágil da população que é atendida pelo Bolsa Família “muitas pessoas da classe média e alta enxergam o programa com muito preconceito, não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade”.

A socióloga analisa ainda o enfraquecimento do coronelismo à medida que, no mínimo, o sustento e alimentação da família, são supridos pela renda do bolsa família. Conseqüentemente, essas pessoas podem pleitear algo a mais do governo. E, justamente nesse sentido, a socióloga menciona ainda a importância da adoção de políticas complementares que oportunizem portas de saída do programa, sobretudo, mais investimentos em educação.

Leia abaixo e veja mais em:

 

Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz sociólogo

 

Dez anos após sua implantação, o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país: o tradicional coronelismo perde força e a arraigada cultura da resignação está sendo abalada.

A conclusão é da socióloga Walquiria Leão Rego, 67, que escreveu, com o filósofo italiano Alessandro Pinzani, "Vozes do Bolsa Família" (Editora Unesp, 248 págs., R$ 36).

Durante cinco anos, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu lugares como o Vale do Jequitinhonha (MG), o sertão alagoano, o interior do Maranhão, Piauí e Recife. Queriam investigar o "poder liberatório do dinheiro" provocado pelo programa.

Aproveitando férias e folgas, eles pagaram do próprio bolso os custos das viagens. Sem se preocupar com estatística, a pesquisa foi qualitativa e baseada em entrevistas abertas.
Professora de teoria da cidadania na Unicamp, Rego defende que o Bolsa Família "é o início de uma democratização real" do país. Nesta entrevista, ela fala dos boatos que sacudiram o programa recentemente e dos preconceitos que cercam a iniciativa: "Nossa elite é muito cruel", afirma.

Folha - Como explicar o pânico recente no Bolsa Família? Qual o impacto do programa nas regiões onde a sra. pesquisou?
Walquiria Leão Rego - Enorme. Basta ver que um boato fez correr um milhão de pessoas. Isso se espalha pelos radialistas de interior. Elas [as pessoas] são muito frágeis. Certamente entraram em absoluto desespero. Poderia ter gerado coisas até mais violentas. Foi de uma crueldade desmesurada. Foi espalhado o pânico entre pessoas que não têm defesa. Uma coisa foi a medida administrativa da CEF (Caixa Econômica Federal). Outra coisa é o que a policia tem que descobrir: onde começou o boato. Fiquei estupefata. Quem fez isso não tem nem compaixão. Nossa elite é muito cruel. Não estou dizendo que foi a elite, porque seria uma leviandade.

Folha - Como assim?
Walquiria Leão Rego - Tem uma crueldade no modo como as pessoas falam dos pobres. Daí aparecem os adolescentes que esfaqueiam mendigos e queimam índios. Há uma crueldade social, uma sociedade com desigualdades tão profundas e tão antigas. Não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade. Certamente essa crueldade vem da escravidão. Nenhum país tem mais de três séculos de escravidão impunemente.

Folha - Qual o impacto do Bolsa Família nas relações familiares?
Walquiria Leão Rego - Ocorreram transformações nelas mesmas. De repente se ganha uma certa dignidade na vida, algo que nunca se teve, que é a regularidade de uma renda. Se ganha uma segurança maior e respeitabilidade. Houve também um impacto econômico e comercial muito grande. Elas são boas pagadoras e aprenderam a gerir o dinheiro após dez anos de experiência. Não acho que resolveu o problema. Mas é o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira. É inaceitável uma pessoa se considerar um democrata e achar que não tenha nada a ver com um concidadão que esteja ali caído na rua. Essa é uma questão pública da maior importância.

Folha - O Bolsa Família deveria entrar na Constituição?
Walquiria Leão Rego - A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos.

Folha - A sra. poderia explicar melhor?
Walquiria Leão Rego - Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas. É preciso ter uma escola pensada para aquela população. É preciso ter outra televisão, pois essa é a pior possível, não ajuda a desfazer preconceitos. É preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.

Folha - A sra. quer dizer que a ascensão é só de consumidores?
Walquiria Leão Rego - As pessoas quando saem desse nível de pobreza não se transformam só em consumidores. A gente se engana. Uma pesquisadora sobre o programa Luz para Todos, no Vale do Jequitinhonha, perguntou para um senhor o que mais o tinha impactado com a chegada da luz. A pesquisadora, com seu preconceito de classe média, já estava pronta para escrever: fui comprar uma televisão. Mas o senhor disse: 'A coisa que mais me impactou foi ver pela primeira vez o rosto dos meus filhos dormindo; eu nunca tinha visto'. Essa delicadeza... a gente se surpreende muito.

Folha -  O que a surpreendeu na sua pesquisa?
Walquiria Leão Rego - Quando vi a alegria que sentiam de poder partilhar uma comida que era deles, que não tinha sido pedida. Não tinham passado pela humilhação de pedi-la; foram lá e compraram. Crianças que comeram macarrão com salsicha pela primeira vez. É muito preconceituoso dizer que só querem consumir. A distância entre nós é tão grande que a gente não pode imaginar. A carência lá é tão absurda. Aprendi que pode ser uma grande experiência tomar água gelada.

Folha -  O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
Walquiria Leão Rego - Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.

Folha -  E a questão eleitoral?
Walquiria Leão Rego - O coronel perdeu peso porque ela adquiriu uma liberdade que não tinha. Não precisa ir ao prefeito. Pode pedir uma rua melhor, mas não comida, que era por ai que o coronelismo funcionava. Há resíduos culturais. Ela pode votar no prefeito da família tal, mas para presidente da República, não.

Folha -  Esses votos são do Lula?
Walquiria Leão Rego - São. Até 2011, quando terminei a pesquisa, eram. Quando me perguntam por que Lula tem essa força, respondo: nunca paramos para estudar o peso da fala testemunhal. Todos sabem que ele passou fome, que é um homem do povo e que sabe o que é pobreza. A figura dele é muito forte. O lado ruim é que seja muito personalizado. Mas, também, existe uma identidade partidária, uma capilaridade do PT.

Folha -  Há um argumento que diz que o Bolsa Família é como uma droga que torna o lulismo imbatível nas urnas. O que a sra. acha?
Walquiria Leão Rego - Isso é preconceito. A elite brasileira ignora o seu país e vai ficando dura, insensível. Sente aquele povo como sendo uma sub-humanidade. Imaginam que essas pessoas são idiotas. Por R$ 5 por mês eles compram uma parabólica usada. Cheguei uma vez numa casa e eles estavam vendo TV Senado. Perguntei o motivo. A resposta: 'A gente gosta porque tem alguma coisa para aprender'.

Folha -  No livro a sra. cita muitos casos de mulheres que fizeram laqueadura. Como é isso?
Walquiria Leão Rego - O SUS (Sistema Único de Saúde) está fazendo a pedido delas. É o sonho maior. Aliás, outro preconceito é dizer que elas vão se encher de filhos para aumentar o Bolsa Família. É supor que sejam imbecis. O grande sonho é tomar a pílula ou fazer laqueadura.

Folha -  A sra. afirma que é preconceito dizer que as pessoas vão para o Bolsa Família para não trabalhar. Por quê?
Walquiria Leão Rego - Nessas regiões não há emprego. Eles são chamados ocasionalmente para, por exemplo, colher feijão. É um trabalho sem nenhum direito e ganham menos que no Bolsa Família. Não há fábricas; só se vê terra cercada, com muitos eucaliptos. Os homens do Vale do Jequitinhonha vêm trabalhar aqui por salários aviltantes. Um fazendeiro disse para o meu marido que não conseguia mais homens para trabalhar por causa do Bolsa Família. Mas ele pagava R$ 20 por semana! O cara quer escravo. Paga uma miséria por um trabalho duro de 12, 16 horas, não assina carteira, é autoritário, e acha que as pessoas têm que se submeter a isso. E dizem que receber dinheiro do Estado é uma vergonha.

Folha -  Há vontade de deixar o Bolsa Família?
Walquiria Leão Rego Essas pessoas gostariam de ter emprego, salário, carteira assinada, férias, direitos. Há também uma pressão social. Ouvem dizer que estão acomodadas. Uma pesquisa feita em Itaboraí, no Rio de Janeiro, diz que lá elas têm vergonha de ter o cartão. São vistas como pobres coitadas que dependem do governo para viver, que são incapazes, vagabundas. Como em "Ralé", de Máximo Gorki, os pobres repetem a ideologia da elite. A miséria é muito dura.

Folha -  A sra. escreve que o Bolsa Família é o inicio da superação da cultura de resignação? Será?
Walquiria Leão Rego - A cultura da resignação foi muito estudada e é tema da literatura: Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego. Ela tem componente religioso: 'Deus quis assim'. E mescla elementos culturais: a espera da chuva, as promessas. Essa cultura da resignação foi rompida pelo Bolsa Família: a vida pode ser diferente, não é uma repetição. É a hipótese que eu levanto. Aparece uma coisa nova: é possível e é bom ter uma renda regular. É possível ter outra vida, não preciso ver meus filhos morrerem de fome, como minha mãe e minha vó viam. Esse sentimento de que o Brasil está vivendo uma coisa nova é muito real. Hoje se encontram negras médicas, dentistas, por causa do ProUni (Universidade para Todos). Depois de dez anos, o Bolsa Família tem mostrado que é possível melhorar de vida, aprender coisas novas. Não tem mais o 'Fabiano' [personagem de "Vidas Secas"], a vida não é tão seca mais.



Livro "VOZES DO BOLSA FAMÍLIA"
AUTOR Walquiria Leão Rego e Alessandro Pinzani
EDITORA Editora Unesp
QUANTO R$ 36 (248 págs.)
LANÇAMENTO hoje, às 19h, na Livraria da Vila - Shopping Higienópolis (av. Higienópolis, 618; tel. 0/xx/11/3660-0230)


Por Eleonora de Lucena, de São Paulo



 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Lei da Conscientização Tributária entrou em vigor em 10 de junho de 2013

Está em vigor desde ontem (10 de junho de 2013) a lei que obriga os lojistas a detalhar aos consumidores os valores dos impostos embutidos nos produtos ou serviços adquiridos em todo o Brasil.


A Lei 12.741, também chamada de Lei da Conscientização Tributária pretende dar mais transparência sobre a tributação indireta que onera o produto ou serviço que está sendo consumido, sendo assim um elemento muito importante para o exercício da cidadania tributária, pois a medida que o consumidor conhecer melhor os tributos que paga, terá também condições de exigir mais retorno dos valores arrecadados pelos cofres públicos, exigindo serviços públicos de qualidade em benefício de toda a população.



A nota fiscal deverá conter a informação do “valor aproximado” correspondente à totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais. Deverão estar discriminados os valores dos seguintes impostos: ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins e Cide.

A nova lei determina que a informação sobre os tributos incidentes poderá constar de painel afixado em local visível do estabelecimento, ou por qualquer outro meio eletrônico ou impresso, de forma a demonstrar o “valor ou percentual, ambos aproximados”, dos tributos incidentes sobre todas as mercadorias ou serviços postos à venda. Diz também que, sobre os serviços de natureza financeira, quando não prevista a emissão de nota fiscal, os tributos deverão constar também em tabelas afixadas nos estabelecimento.


A sociedade brasileira deve agora assumir a responsabilidade para que a lei seja realmente implementada, denunciando os casos em que ela não estiver sendo cumprida.

O descumprimento sujeitará o estabelecimento comercial infrator às sanções previstas no Capítulo VII do Título I do Código de Defesa do Consumidor


Quaisquer dúvidas também podem ser esclarecidas junto ao PROCON. Em Timbó o telefone de atendimento do PROCON é 3399-0574.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Os prejuízos da corrupção para a sociedade brasileira

A corrupção causa danos incalculáveis ao país. E o pior é que temos a sensação de que ela aumenta a cada dia. Porém não podemos aceitar e tolerar essa situação passivamente. Devemos nos indignar e enfrentar o problema. O combate à corrupção depende da participação e engajamento de toda a população.

O texto abaixo é um pouco extenso, mas recomendamos a leitura atenta. 

O autor traz dados alarmantes e revoltantes sobre o colossal esbanjamento e desperdício de dinheiro público no Brasil, traçando ainda um triste paralelo comparativo onde fica demonstrado o incremento imediato que se poderia dar às demandas da sociedade, aumentando o número de estudantes matriculados em escolas públicas, maior disponibilidade de leitos nos hospitais, dentre outros.




PEC 37 e os malefícios à economia

Por FREDERICO VASCONCELOS, repórter especial da Folha de S. Paulo (http://blogdofred.blogfolha.uol.com.br/2013/06/10/pec-37-e-maleficios-a-economia/)

Sob o título “Como a aprovação da PEC 37 impactará negativamente na economia do país”, o artigo a seguir é de autoria de Luciano Coelho Ávila, Promotor de Justiça do Distrito Federal (1).

São recentes os estudos científicos e estatísticos sobre os impactos negativos da corrupção para a economia do país.

Kimberly Ann Elliot assinala que a corrupção é uma das mais dramáticas mazelas que assolam o mundo globalizado, enfraquecendo a legitimidade política, provocando desperdício de recursos, afetando o comércio internacional e o fluxo dos acontecimentos. A corrupção é também maléfica porque se trata de um instrumento que modifica os mercados, criando vantagens desiguais entre os empresas competidoras e investidores.

Para Roberto Abdenur, presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, a corrupção é fator subjacente a múltiplas distorções na economia. Leva à redução de receita e ao aumento do gasto público. Causa prejuízos à sociedade, priva os mais pobres de políticas públicas e agrava as desigualdades sociais. Fortalece a cultura da leniência e a conivência com situações de transgressão (Folha, Tendências/Debates, 18/10/2012).

Miriam Leitão enfatiza que a sensação das pessoas no Brasil é de que a corrupção está aumentando. Segundo a renomada economista, “a doença invade a economia: o governo é o maior comprador, há casos de superfaturamento e de inexplicáveis aditivos aos contratos. Se isso se generaliza, a economia vai ficando menos produtiva, menos eficiente e mais corrompida.”

Levantamentos mais recentes (2) trazem simulações de quanto a União poderia investir em diversas áreas econômicas e sociais, caso a corrupção fosse menos elevada no Brasil. Confira-se:

Na área da educação, o número de matriculados na rede pública do ensino fundamental saltaria de 34,5 milhões para 51 milhões de alunos, um aumento de 47,%, que incluiria mais de 16 milhões de jovens e crianças.

Na área da saúde, a quantidade de leitos para internação nos hospitais públicos, que hoje é de 367.397, poderia crescer 89%, o que implicaria em 327.012 leitos a mais para os pacientes.

No setor de habitação, o número de moradias populares também cresceria consideravelmente. A perspectiva do PAC é atender a 3.960.000 famílias; sem os desvios de recursos da corrupção, outras 2.940.371 de famílias poderiam ser beneficiadas, um acréscimo de 74,3%.

No tocante ao saneamento básico, a quantidade de domicílios atendidos, segundo a estimativa atual do PAC, é de 22.500.000. O serviço poderia crescer em 103,8%, somando mais 23.347.547 de casas atendidas com serviços de coleta de esgotos. Isso diminuiria os riscos à saúde da população e os índices de mortalidade infantil.

Na área de infraestrutura, os 2.518 km de ferrovias (metas do PAC), seriam acrescidos de 13.230 km, um aumento de 525% para escoamento de produção. Os portos também sentiriam a diferença, com a ampliação do número de 12 que o País possui na atualidade para 184, um incremento de 1537%. Além disso, o montante absorvido pela corrupção poderia ser utilizado para a construção de 277 novos aeroportos, um crescimento de 1383%.

Outro dado impressionante sobre o impacto da corrupção na economia foi divulgado recentemente por analistas econômicos: a cada 1 bilhão de dólares que se esvaem pelos ralos da corrupção, o prejuízo à atividade econômica como um todo é da ordem de 3 bilhões de reais. O cálculo econômico leva em conta não apenas o valor efetivamente desviado por força do ato de corrupção, mas também o que se deixa de produzir em atividades econômicas que se realizariam em torno do investimento em obras, estradas, portos, escolas, hospitais etc.

Considerando que as estimativas mais recentes da FIESP (Federação das Industrias do Estado de São Paulo) e da CGU (Controladoria Geral da União) apontam para uma média anual que varia entre 70 a 80 bilhões de reais desviados em virtude da corrupção no Brasil, conclui-se que o prejuízo como um todo para a economia do país acaba sendo da espantosa ordem de 210 a 240 bilhões de reais por ano.

Este é o verdadeiro custo econômico da corrupção no Brasil, que contribui decisivamente para emperrar o processo de desenvolvimento econômico do país e para manter o sistema tributário nacional como um dos mais onerosos e complexos do mundo.

Como num círculo vicioso, quanto maiores os índices de corrupção, mais elevadas se tornam as necessidades arrecadatórias do Estado, com impacto direto no bolso do contribuinte, que acaba, em última análise, por financiar o custo da corrupção no Brasil.

Para que se tenha em mente a que ponto a corrupção pode levar a economia do Estado, o vice-presidente da Associação de Integridade e Transparência de Portugal, Paulo Morais, chegou a denunciar há poucos dias que a profunda crise econômica deflagrada em Portugal nos últimos anos era fruto da corrupção e não dos alegados excessos dos portugueses (3). Segundo Morais, a verdadeira explicação para a crise em Portugal está nos fenômenos de corrupção na administração central e local, que têm permitido a “transferência de recursos públicos para grandes grupos econômicos”.

A esta altura, o leitor atento deve estar se perguntando: e qual a relação entre a aprovação da PEC 37 e a economia do Brasil, provocação que dá título ao presente artigo? A resposta é relativamente simples: ao impedir o Ministério Público, a Controladoria Geral da União, as Receitas Federal e Estadual, o Banco Central do Brasil, o CADE, os Tribunais de Contas e outros órgãos de controle do Estado de investigarem os desvios de dinheiro público de natureza criminosa, referida proposta de emenda à Constituição — que pretende estabelecer um monopólio da investigação criminal a favor das Polícias –, representa golpe de morte no já difícil enfrentamento do mal endêmico da corrupção, sobretudo quando cediço que as Polícias, historicamente vinculadas e subordinadas ao Poder Executivo, não possuem tradição investigativa nessa seara, encontrando diversas limitações e obstáculos políticos para o pleno exercício de atividades de apuração de crimes relacionados aos atos de corrupção perpetrados pelos mais altos escalões do Poder Público em todos os níveis da federação.

Como lastimável efeito de referida constatação (a de que as Polícias não possuem aparato e autonomia suficiente para investigar em toda sua plenitude e extensão os atos de corrupção que impactam negativamente na economia do país), a população carcerária brasileira é formada, quase à unanimidade, por pessoas oriundas das camadas sociais menos abastadas. Os últimos dados revelados pelo Departamento Penitenciário Nacional demonstram que o Brasil possui 513.800 detentos, a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas de EUA, China e Rússia. Desse total, cerca de 70% dos condenados cumprem pena por crimes patrimoniais (furtos e roubos), 20% por crimes violentos (homicídios, estupros, latrocínios, etc.), enquanto apenas 0,12% foram condenados por crimes do colarinho branco, a chamada “cifra dourada da criminalidade”.

Muito embora as razões dessa seletividade do direito penal repressivo não se devam exclusivamente às polícias, encontrando raízes na própria lei e no sistema judiciário, não há como se negar, com base nos modernos estudos de criminologia crítica (Lola Aniyar de Castro, Nilo Batista, Vera Regina Pereira de Andrade e outros), que a filtragem inerente ao sistema de investigação policial brasileiro desempenha um papel fundamental para a preservação de referido quadro, compelindo as polícias a investigarem quase que exclusivamente a parcela da delinquência denominada de tradicional, etiquetada e estereotipada (estereótipo do criminoso comum difundido como sendo o do homem adulto negro, pobre e sem instrução), em detrimento da outra parcela inserida na cifra dourada da criminalidade, da qual fazem parte os atos de corrupção perpetrados pelas elites políticas e econômicas detentoras do poder, cujos impactos negativos à economia do Estado são infinitamente superiores.

A propósito, cabe esclarecer, com a criminóloga venezuelana Lola Aniyar de Castro, que um único caso de crime de desvio de dinheiro público da ordem de 1 bilhão de reais, por exemplo, pode trazer mais prejuízos à sociedade que milhões de pequenos furtos e roubos

Com a aprovação da PEC 37, o caráter seletivo e estigmatizante das investigações policiais tenderá a se agravar cada vez mais, a prevalecer a lógica de que o Ministério Público somente poderá denunciar criminalmente à Justiça aquilo que a polícia decidir (e puder) investigar no seu juízo discricionário de conveniência e oportunidade.

A livre disponibilidade da investigação criminal nas mãos do Poder Executivo, que facilmente manipulará a polícia, parece mesmo ser o mundo dos sonhos num país que aprendeu a cultuar a impunidade. Pouco parece importar, em tal contexto, os estrondosos malefícios que a “PEC da Impunidade” acarretará à economia do país ao inviabilizar o aperfeiçoamento do sistema de investigações criminais dos prejuízos econômicos (como um todo considerados) resultantes dos atos de corrupção, que ultrapassam a cifra estratosférica dos 200 bilhões de reais ao ano.

Ao proibir os órgãos de controle especializados (Receitas Federal e Estadual, CADE, BACEN, CGU, Tribunais de Contas, Ministério Público e as próprias CPI’s) de exercerem uma investigação adequada dos desvios criminosos de recursos públicos que deixam de se converter em políticas públicas eficazes para a população e em infraestrutura para o crescimento do país, a PEC 37 em nada contribuirá para minorar os efeitos deletérios da crise econômica que se instalou no Brasil, levando ao quadro atual de estagnação da economia, com baixa do PIB e elevação dos índices inflacionários.

Triste realidade a de um povo cujo Parlamento se dá ao luxo de discutir em tom de seriedade uma proposta de mudança da Constituição que caminha na absoluta contramão dos mecanismos de controle da estabilidade e austeridade econômicas rigorosamente respeitados (e até estimulados) pelos países do eixo civilizado e desenvolvido, de que insiste em não fazer parte a República Federativa do Brasil.

Referências no texto:

(1) O autor é Professor de Direito Constitucional em Brasília/DF. Especialista em Direito Processual Civil pela UFSC/FESMPDFT. Mestrando em Direito e Políticas Públicas pelo UniCEUB, em Brasília. Promotor de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Membro Auxiliar do Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.
 
(2) Disponíveis em <http://revistaideias.com.br/ideias/content/o-preco-da-corrupcao-no-brasil-0>.

(3)   Disponível em: <http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/paulo_morais_crise_foi_provocada_pela_corrupcao_nao_pelos_excessos_dos_portugueses.html>